É hora de dizer adeus a um dos maiores ídolos da história do Corinthians
Opinião de Ana Paula Araújo
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Cássio deve deixar o Corinthians rumo ao Cruzeiro e, apesar de parte da Fiel concordar que já era hora do goleiro e clube seguirem caminhos distintos, não tem como não se emocionar.
Cássio chegou ao Parque São Jorge no final de 2011 como apenas uma peça para compor o elenco. Pouco conhecido no Brasil, o arqueiro veio da Holanda sem muito alarde. E foi exatamente num mau momento de Júlio César, tal qual ele mesmo vive agora, que teve sua oportunidade e não saiu mais da meta alvinegra.
Entre triunfos e fracassos, Cássio foi, é e sempre será muito mais que apenas números para o Corinthians e a Fiel.
Cássio mostrou que o trabalho duro pode render frutos que pareciam inalcançáveis. Isso ficou provado nas defesas até então tidas como quase impossíveis na Libertadores e no Mundial.
Também foi protagonista da sua própria queda e ascensão, lá em 2016, quando perdeu a titularidade pela primeira vez para o bom Walter. Mostrou que é possível renascer das cinzas desde que seja da sua vontade. Retomou seu lugar no gol e foi mais campeão ainda do que já era.
De apenas mais um jogador, passou a usar a braçadeira de capitão. Se tornou não um capitão, mas o capitão. E, com tal honra, vieram também as grandes responsabilidades. Cássio foi então ainda mais cobrado. Cobrado pelo que devia e pelo que não devia. Aguentou firme, como um bom guerreiro.
O que ninguém pode negar é que em todos esses anos Cássio lutou. Lutou para ganhar seu espaço, para mantê-lo, para retomá-lo. Lutou pelo clube, pela torcida, pelo seus companheiros.
Entretanto, apesar da experiência em todas essas batalhas, existe um adversário que nem Cássio e nem ninguém pode vencer: o tempo.
O tempo chegou e o goleiro não conseguiu mais manter o desempenho. É natural. É a vida. Ele passa para todos e afeta não só o físico, mas também a mente.
Chegou a hora de Cássio lutar mais uma batalha, talvez a última de forma consciente. E essa, essa pequena batalha, ele deve lutar por si mesmo. Lutar para estar onde deseja, onde se sente bem. Lutar pelo conforto mental que merece.
Cássio, já te critiquei, já te elogiei. Já falei muito de você nas rodas de conversa, nos grupos, no nosso fórum, nas minhas colunas. E, de tudo isso, eu fico extremamente agradecida por ter tido o privilégio de te ver jogar, de te ver fazer história. Sinto tristeza em saber que seu caminho vai se separar do nosso (corinthianos), mas entendo e apoio.
Vença sua última batalha, Cássio.
Quanto a nós, os torcedores, vamos te observar de longe e contar para nossos filhos, netos e bisnetos, sem jamais deixar sua lenda se perder, quem foi o maior goleiro da história do Corinthians.
Nunca será um adeus, é apenas um até logo, Cássio. Sabe por quê? Poque você, sem nem se dar conta, vai vencer uma batalha a mais, lá no fim da sua jornada terrena. Você vai vencer a morte, já que aqui no Corinthians ídolos jamais morrem.
Obrigada, Cássio!
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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